o sonho ainda não acabou - A vida ao lado de Deus - Parte 5

by - agosto 24, 2021

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A vida ao lado de Deus - Parte 5


Antes de iniciar a leitura, você já leu os capítulos anteriores? Se não acompanhou segue o início do livro logo abaixo:



No dia seguinte, eu havia marcado um teatro na igreja. Acordei, estava com uma sensação chata e estranha ainda pelo ocorrido, mas não desisti do teatro, nem de dedicar aquele dia para Deus. Era sábado, fui evangelizar e lembro-me que levei um tombo na casa da jovem que fui visitar, fiquei toda dolorida, pensei até que não seria capaz de conseguir apresentar a peça, mas não desisti. Fui ensaiar mais uma vez antes da peça, e nesse ensaio contei ao obreiro sobre o assalto. Foi a melhor coisa, pois ele me questionou se porventura meu celular não estava no seguro. Ele era um aparelho novo, havia poucos meses que eu tinha o comprado. Isso me deu uma esperança de recuperar meu celular. Terminei o ensaio e mais tarde fizemos a apresentação.

Esse teatro foi de certa maneira marcante para mim, pois apesar de simples foi prazeroso fazê-lo. Foi numa época muito marcada da minha vida, marcada por coisas ruins, mas o fato de estar ali, servindo a Deus me fazia extremamente bem, e fazia eu esquecer todos os meus problemas. 
Havia uma parte no teatro em que na cena, minha irmã tinha que me puxar perto da região da barriga, e naquela época eu estava com um problema de saúde, no qual eu sentia dor justamente na região do abdómen. Então ela tinha que fazer isso de maneira "estratégica" para não apertar minha barriga. Pois caso contrário iria destruir a peça, já que eu não ia aguentar a dor.
Lembro também que nesse dia o tal rapaz que eu tinha interesse, embora ele não pertencesse a mesma igreja estava presente. Estava tudo ali, exposto, tudo acontecendo ao mesmo tempo.
Hoje eu me lembro de tudo isso e sei lá... Eu só tenho a agradecer a Deus por tudo ter acabado, era um inferno! Exceto a parte de servir a Deus. Eu não teria suportado se não tivesse fé em Deus. 

A Internação
Dias depois eu fiquei realmente mal de saúde, então acabei sendo internada. Já tive várias internações, infelizmente, mas essa foi bem difícil. Como mencionado estava tudo certo para entrar na obra de Deus e se tornar uma obreira, mas aí veio essa internação, o que me impediu de entrar naquele momento. Porém, por motivos da obra em si, a seleção foi cancelada e nenhum dos candidatos entraram. 
Era horrível estar naquele hospital, na observação do pronto socorro vendo tantas coisas absurdas. Era realmente terrível! Gente gritando, chorando, vi um rapaz morrendo! E eu não tinha nem um celular para me distrair, porque tinha acabado de ser assaltada. Às vezes eu me enfiava debaixo dos lençóis da maca do hospital, pedia forças para Deus e chorava. Lembro de uma vez, após fazer uma oração, ali, em silêncio, uma senhora veio e me deu uma mensagem, aqueles folhetinhos que as pessoas distribuem em evangelizações, e nele tinha uma mensagem de força, o que me deu um consolo naquele momento.

Eu estava muito preocupada, pois era eu quem estava lutando frente a frente com a situação financeira da minha casa, e eu me perguntava: "como vai ser?"
Não recebi alta do hospital. Então, da observação do pronto socorro subi para a enfermaria, fiquei num quarto só, o que foi bom, pelo fato de não ter mais que ver diretamente o sofrimento das pessoas no pronto socorro. Mas ainda assim era solitário. Eu passava o dia inteiro conversando com Deus e lendo e via o cuidado dEle comigo. Às vezes ligava para casa, com o celular pequeno e antigo que meu pai deixou comigo, e recebia a visita de meus familiares.

Ainda no hospital recebi a visita de duas vizinhas minhas, fiquei surpresa com a visita delas e mais tarde, no mesmo dia, recebi a visita do obreiro, o mesmo que me aconselhou sobre o seguro do celular, uma obreira e um jovem, o mesmo que me ajudou quando cheguei na igreja. E também minha mãe. Foi legal receber a visita deles. Nesse dia o obreiro falou que iria deixar o Ipad dele comigo, para eu me distrair, eles passaram um tempo comigo e foram embora.
Aquela internação estava sendo cruel, pode parecer bizarro, mas tenho saudades, não da internação e do sofrimento, mas da minha comunhão com Deus naquele momento. Ainda tenho comunhão com Deus, mas o cuidado dEle naqueles dias comigo, nos detalhes... É tão gostoso de lembrar, é tão genuíno e lindo. Não mudou, mas foi dentro daquele hospital e naquela internação que tive momentos inesquecíveis com Deus. Eu estava com as circunstâncias da vida desmoronando sobre minha cabeça, mas sabia que estava prestes a vencer, porque fui sincera no meu propósito.

Naquela ocasião cheguei ao hospital quase morrendo, não foi a primeira vez que havia sido internada por aquele problema, mas foi diferente. Eu pedia à Deus para ser curada, e eu dizia para mim mesma que aquela seria a última vez. Eu afirmava para mim mesma que eu iria me curar e nunca mais iria passar por aquilo novamente. Eu pedia para Deus um milagre e de fato era o que eu esperava. Fui me recuperando, e claramente vendo o agir de Deus. Recordo-me que eu evangelizava as pessoas dentro do hospital sempre que possível. 

No dia seguinte recebi uma companheira de quarto, uma senhora, que na época fiz uma boa amizade, com ela e alguns membros da família. Ela infelizmente já faleceu, mas foi uma boa amiga e companheira. Embora tivéssemos uma diferença de idade muito grande, conversávamos muito e desenvolvemos um bom relacionamento naquele momento difícil que ambas estavam enfrentando. 

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